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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

3. Um Novo Lugar para Morar.


Frederica então, encheu-se de coragem e entrou pelo buraco do grande muro branco. Assim que entrou, Frederica mal pode acreditar no que seus olhos viam. Pois ali, diante de seus pequenos olhos estava com certeza um ótimo lugar para uma galinha morar.Emocionada pensou em seus amigos, imaginando como seria bom se todos estivessem com ela.

Ainda maravilhada com sua descoberta, Frederica resolveu explorar o local.Era um lindo quintal. Tinha árvores, flores e até um pequeno gramado, ideal para insetos pensou a galinha. Ela também observou um grande pé de goiaba e debaixo dele um belo banco azul e laranja, ladeado por vasos

com flores brancas. Realmente este lugar parecia um paraíso e Frederica pensou na sorte que tinha por ter encontrado este lindo quintal.
Porém, algo começou a incomodar a pequena galinha. Pois, diante de tantas plantas, o que chamou a atenção de Frederica foi o silêncio do lugar. Mesmo com flores e um belo gramado, Frederica não ouvia pássaros, grilos ou qualquer outro bichinho. Era bem estranho que num lugar com tanta vegetação, só houvesse ela de animal. Frederica começou a ficar desconfiada. Se o lugar era tão lindo porque estava vazio?
- Tem alguma coisa errada aqui! Exclamou Frederica.
Foi então que ela ouviu um sussurro:
- Ei Dona Galinha! Venha aqui!
- Aqui onde? Perguntou Frederica.
- Fale baixo e olhe para trás, sussurrou a voz.
Frederica virou-se bem devagar e então.... 
- Ai que SUSTO!!!Gritou a galinha, pois atrás de um pé de arbusto estava um cachorro  todo encolhidinho.
- Quem é você? Perguntou Frederica.
- Meu nome é Alfredo, respondeu o cachorro.
- E o que você está fazendo aqui? Perguntou a galinha.
O cachorro Alfredo ficou indignado e respondeu:
- Eu moro aqui! Quem tem de explicar o que está fazendo aqui é você!
- É isso aí Alfredo! Falou Chico, um pardal que estava escondido no galho de uma das árvores.
- Eu acho que ela é espiã da Dona Clotilda, falou Ratito, um pequeno rato.
- Nada disso! Acho que a Dona Clotilda a contratou para nos expulsar do quintal, comentou o pequeno pardal.
- Vocês estão errados, exclamou Bela,uma linda borboleta. Primeiro, o Alfredo é maior que ela. Então, ela não pode nos expulsar. Segundo acho que ela está perdida. Olha só a cara de assustada.
- Mas todas as galinhas têm cara de assustadas, insistiu o pequeno rato.
- Isso é maldade sua Ratito.
- Maldade nada! Ela vai direto falar para a Dona Clotilda contar sobre todos nós. E então, bau bau. Acabou a boa vida no quintal da Dona Clotilda.
Frederica não estava entendendo nada. Os bichos falavam muito baixinho, e pareciam estar se escondendo. E ainda esta tal de Dona Clotilda. Quem era essa?

Toda esta situação já estava deixando Frederica nervosa, e ela sabia que sempre que ficava nervosa um desastre, aliás, um grande desastre poderia acontecer. Muito aflita com a situação, Frederica pensou em sair rapidamente do quintal. Afinal ela não tinha intenção de invadir a casa ou o quintal de ninguém. Quando ia pedir desculpas e se retirar, o cachorro Alfredo falou:
- O que acontece aqui Dona Galinha, é que nós moramos escondidos no quintal da Dona Clotilda. Ela é dona de tudo isso aqui. E nós os bichos, moramos escondidos porque a Dona Clotilda simplesmente não gosta de animais! Ela não gosta de nenhuma espécie de animal, seja grande ou pequeno, peludo ou voador. Portanto se nós não ficarmos escondidos na hora que ela vem passear, acabou-se a estadia neste lindo quintal.
- Ah! Agora entendi, falou Frederica. 
- Mas como vocês sabem a que horas ela vem passear no quintal?
- Esta vendo aquela torre de Igreja lá no alto?
Frederica olhou para onde o cachorro Alfredo apontava e viu por trás das árvores uma torre com um sino.
- Sim posso ver, respondeu ao cachorro.
- Então, quando o sino daquela Igreja toca três vezes, explicou a Bela, é a hora de Dona Clotilda vir passear no quintal.
- Mesmo nos dias chuvosos, falou o pardal.
Frederica ficou muito preocupada com esta situação. Com tantos lugares para ir  ela fora parar justamente na casa de uma inimiga declarada de animais. Isso não era justo! E depois de todos os perigos que ela havia enfrentado para chegar até este quintal, descobrir uma coisa destas!
Uma grande tristeza tomou conta da pobre galinha que começou a chorar. O cachorro Alfredo e o rato Ratito, chamaram Frederica para o esconderijo embaixo do arbusto e começaram a consolar a galinha.
- Frederica, você pode ficar aqui conosco. O quintal é grande. Há espaço para todos.
- Vai ser muito bom ter uma galinha aqui no quintal, vocês não concordam? Perguntou Alfredo aos outros bichinhos.
- É vai ser bom, falou Ratito. 
-Mas se a Dona Clotilda des... Ratito não conseguiu terminar de falar, pois neste momento o sino da Igreja tocou três vezes: BLEM, BLEM, BLEM.
Frederica sentiu um puxão na asa esquerda e foi parar ao lado de Alfredo, detrás do arbusto. O local era muito apertado, e Alfredo advertiu:
- Agora fique bem quietinha Frederica. Só faça barulho quando Dona Clotilda voltar para dentro da casa entendeu?
Frederica balançou a cabeça concordando, porém toda esta situação deixou a pobre galinha apavorada.
O que os outros bichinhos não sabiam era que quando Frederica ficava nervosa, uma coisa muito, mas muito impressionante acontecia.  Desconsolada, a pequena galinha teve certeza que agora seu terrível segredo seria descoberto, e então ela seria expulsa deste lindo quintal. 
Apavorada, Frederica não conseguiu se controlar e para seu terror, o desastre aconteceu.

                                ***   ***   ***
Mas qual será o grande segredo que Frederica tentou esconder?
Será que ela vai ficar morando no lindo quintal junto com seus novos amigos, ou terá que voltar ao velho galinheiro?
Descubra na próxima semana o grande segredo e o destino da Frederica. 
E se você quiser deixar um recado para mim ou para a Frederica, pode fazê-lo aqui no blog ou no nosso e-mail: magdastarkelee@gmail.com.br.
Até lá e não se esqueça, Leia+.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

2. A Decisão de Frederica.

Quando o galo Napoleão despertou pela primeira vez, o frio da madrugada se espalhava por todo o galinheiro.Uma fina névoa envolvia o terreiro e deixava o ar úmido. Napoleão cantou bem alto e forte: Cocoricó. Frederica acordou como sempre,assustada com o forte canto do galo.
Napoleão olhou em volta, viu que o poleiro estava em perfeita ordem e dormiu novamente. Mas, assim que ele dormiu, Frederica, que após pensar muito decidiu fugir do galinheiro, pegou sua bolsa e seu chapéu de viagem e pulou para o terreiro. Fez tudo muito silenciosamente para não acordar ninguém. Porém, quando começou a atravessar o terreiro ouviu um chamado:
- Frederica! Frederica! Onde você vai?
Frederica olhou para trás e viu sua amiga Cocota correndo em sua direção. 
- Oi Cocota, eu decidi ir embora.
- E você ia embora sem se despedir? Perguntou Cocota magoada.
- Se eu me despedisse acabaria por desistir, confessou Frederica.
- Mas você não pode sair assim sozinha neste mundo tão grande. E se algo de ruim acontecer, quem irá cuidar de você?  
- Não se preocupe Cocota. Nada de ruim vai acontecer. E se eu não achar um bom lugar, prometo que voltarei. 
- Não acredito. Sei que você vai nos abandonar, falou Cocota com lágrimas nos olhos.
- Acredite em mim Cocota. Eu prometo não abandonar vocês. Quando eu encontrar um bom lugar para morar, voltarei para buscar você, certo?
 Cocota disse que tudo estava bem, mas no fundo ela não acreditava que Frederica voltaria. Aliás, ela tampouco acreditava que a amiga fosse encontrar um lugar melhor que o galinheiro para morar. Temendo pelo destino da amiga e chorando muito, Cocota deu adeus a Frederica e voltou correndo para o poleiro.
Frederica também estava se sentindo triste. Ela não queria abandonar seus amigos, mas como havia decidido partir, iria em frente. Então, enxugou as lágrimas de seus pequenos olhos e atravessou o terreiro bem devagar. Foi até o portão. Lá esgueirou-se por baixo e alcançou a rua. Finalmente livre pensou a pequena galinha. Então ela exclamou: 
- Mundo prepare-se para ser conquistado pela única e fabulosa Frederica.
E assim, confiante na sua boa sorte, Frederica iniciou sua jornada rumo ao desconhecido.
Já na rua, Frederica apressou o passo até que o galinheiro ficou lá longe. Como era a primeira vez que Frederica saia do galinheiro, tudo para ela era uma grande aventura. Andando devagar ela  ia observando tudo a sua volta. As árvores nas calçadas, os carros que passavam com alta velocidade pela rua. Tantas pessoas e tantos barulhos que Frederica nunca antes havia ouvido era muito assustador. Frederica esticava o pescoço tentando ver o máximo de tudo. Mas ao longo da calçada por onde ela estava andando existiam muros que cobriam a sua visão. 
manhã foi passando e quanto mais Frederica andava, encontrava ruas cada vez  mais movimentadas. As construções também ficavam maiores e mais próximas umas das outras. Tanto movimento de pessoas e carros estava deixando assustada a pequena galinha. Sentindo-se muito só, Frederica corria pela calçada evitando bater nas pernas das pessoas. E, quando alguém a percebia, corria com medo gritando: - Cuidado, bicho a solta!
Frederica não podia imaginar que pudesse assustar as pessoas, pois, as pessoas eram enormes e ela apenas uma pequena galinha.  Esta era uma situação curiosa e engraçada. E por momentos Frederica se divertiu com a ideia de poder causar medo nas pessoas. Pensando nisto, Frederica quase esqueceu a sua maior preocupação, achar um lugar bom e seguro para morar.
Quando a manhã já ia pela metade e o calor do sol já esquentava o cimento das calçadas, Frederica começou a se perguntar se realmente iria encontrar um bom lugar para morar. Será que seus amigos tinham razão? Talvez fosse melhor ter ficado no galinheiro. Lá ao menos ela estava segura e podia contar com o carinho de seus amigos. 
Enquanto pensava em seu antigo galinheiro, Frederica avistou um muro muito alto, pintado de branco que chamou a sua atenção. Por cima do muro Frederica podia ver galhos de árvores, e no canto um buraco por onde ela sem dúvida poderia passar. Frederica então decidiu investigar. Aproximou bem devagar do buraco e tentou olhar para dentro. Estava muito escuro e Frederica não conseguiu ver nada. Com receio ela aproximou-se um pouco mais do buraco e parou bem em frente. 
Então, Frederica começou a pensar sobre o que poderia haver do outro lado deste muro. Podia ser um lindo jardim ou quintal, ou então um lugar onde moravam bichos maus, daqueles que não gostam de galinhas. Ao pensar nisso as penas de Frederica arrepiaram-se e  ela temeu ficar nervosa. Ela sabia que não podia de jeito nenhum ficar nervosa. Se ficasse nervosa um grande acidente poderia acontecer. Este era o seu grande segredo. 
Então,  respirando fundo para manter a calma, Frederica ergueu a cabeça e decidida, tomou coragem e entrou no buraco sem saber o que a esperava do outro lado.
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O que será que Frederica encontrou do outro lado do muro? Será que ela encontrou um bom lugar para morar, ou acabou num lugar feio e perigoso?  Eu estou torcendo para que a Frederica esteja em segurança, e você?
Se quiser deixar um recado para a Frederica ou para a Cocota que está muito triste, você pode deixar um recado aqui no blog ou então no e-mail: magdastarkelee@gmail.com
Até a próxima semana com mais aventuras da Frederica, e não se esqueça: Leia+

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DICA CULTURAL

No dia 22 de agosto começa a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Eu estarei lá no dia 23, no stand das editoras UniDuni e Galpão. Endereço: Travessa Literária, Stand G 740 A. 
Eu e o "João, o Rei do Futebol" esperamos você lá. Participe.